Nobres – MT – Brasil: turismo para o desenvolvimento sustentável

Quando entramos em contato via whatsapp com o Daniel, para uma visita de reconhecimento, não esperávamos tanta receptividade e disposição. Chegamos lá e fomos prontamente atendidos pelo carismático Daniel Martins, o Secretário de Turismo da cidade. Além de nos guiar por uma nova rota, também nos presenteou com uma aula sobre turismo sustentável. Saímos de lá convencidos de que Nobres, realmente, faz diferença, e sim, é a capital do turismo sustentável de Mato Grosso.

Nosso objetivo com a visita foi conhecer uma possível rota em Nobres para um passeio com 4×4. Foi durante esse trajeto, com o Daniel à bordo da Insurgente Cobra, que fomos descobrindo Nobres – MT – Brasil, um projeto (quase de vida) de turismo para o desenvolvimento sustentável, idealizado pelo próprio Daniel e sua equipe.

Em Nobres, a regulamentação do turismo consolidou uma cadeia produtiva sustentável, que gera renda com o propósito de que as famílias possam preservar as áreas de nascentes, matas de galeria, mata de cerrado, cavernas e as águas cristalinas. Além disso, permite que as famílias permaneçam em suas terras, evitando a evasão dos jovens que vão para os grandes centros em busca de emprego.

Como funciona trade turístico em Nobres

Daniel explica que o primeiro passo na consolidação dessa cadeia foi identificar os atrativos e realizar o estudo de capacidade de carga de cada um. Com isso, foi possível precificar todos os atrativos e criar o voucher único, permitindo a formação de uma cadeia produtiva onde todos ganham: as agências, os guias, os atrativos e o município.

“Na composição de preço, 25% é da agência que vende o atrativo, 10% é do guia que recebe os visitantes no atrativo, 3% da prefeitura referente ao ISSQN, 2% seguro do visitante e o restante é do atrativo. Assim, o que era competição virou cooperação, já que todo mundo vende todo mundo e todos ganham sua parte”, relata Daniel.

Com essa simples explicação, nós percebemos que o preço de ingresso nos atrativos é justo, pois a renda é distribuída entre os vários atores sociais, e, além disso, eles têm um teto de lucro, já que os atrativos possuem uma capacidade de carga máxima por dia. É engraçado como nossa percepção muda quando conhecemos como as coisas funcionam 😅.

É com essa mentalidade, que Daniel prossegue falando dos novos atrativos que estão identificados e começam a ser implementados para trazer o turismo para Nobres: “Todo mundo conhece Bom Jardim, mas poucos sabem onde fica Nobres, é preciso aproximar os atrativos de Nobres”, diz o secretário.

Novos atrativos em Nobres, uma estratégia para geração de renda

E foi assim que paramos para conhecer a Lagoa do Salobão, que fica a apenas 8km de Nobres – que já promove atividade de mergulho com cilindro  – e está inaugurando um restaurante. O lugar é idílico e ainda conta com a presença de D.ª. Enir, uma linda senhora de 83 anos, que nos agracia com seu sorriso e histórias.

Mirante da Serra do Tombador em Nobres

O que realmente impressiona em Nobres é como a atividade turística regulamentada pode gerar renda para as famílias preservarem os recursos naturais de suas terras. Mais ainda, permite a busca por financiamento para investirem em seus negócios, com a certeza de que não estão trabalhando sozinhos, já que recebem o apoio do poder público local. O que é impressionante, porque em Nobres a natureza compete com a mineração e com a soja.

No caminho para o Duto do Quebó, Daniel nos fala sobre os desafios para abrir as cavernas (e são muitas, inclusive a Gruta da Lagoa Azul) para visitação. Seguimos adiante, passando pela vila Coqueiral e contemplamos essa paisagem linda antes de finalmente chegarmos ao Duto do Quebó.

O Duto do Quebó é um atrativo que oferta passeios de bóia cross. Lá conhecemos a história de Valmir, que foi embora de casa (Coqueiral) para buscar emprego na indústria Itamaraty em Nova Olímpia, e que, depois que seus pais conseguiram abrir o atrativo, retornou para cuidar do negócio. Hoje, vive perto do pais, no lugar onde nasceu e cresceu, e se qualifica para tocar adiante o empreendimento.

Continuamos nosso circuito, passamos pelos campos do agronegócio e paramos no Mirante do Tombador, na histórica Serra do Tombador, um atrativo ainda em estudo, onde o senhor Geraldo e seu filho querem construir uma tirolesa e estão trabalhando à todo vapor. O mirante já está pronto e sua vista é simplesmente maravilhosa.

Do mirante, observamos o caminho que iríamos seguir, se não fosse uma pequena obra que impediu que continuássemos nosso trajeto… foi a desculpa perfeita para voltarmos outro dia 😜.

Incentivo ao acesso da comunidade local ao atrativo

Na proposta de turismo sustentável em Nobres: a comunidade local tem desconto de 50% na entrada de qualquer o atrativo 👏 e atualmente estudam uma proposta no Contur para que os visitantes idosos também tenham desconto de 50%.

Foi com essa notícia que terminamos o dia na cidade de Nobres, depois de passarmos por um pequeno constrangimento no pedágio: não tínhamos dinheiro em espécie (essa era de cartões…) e esquecemos do pedágio de acesso a cidade, pela rodovia BR-364🙈.

Nossa breve visita de reconhecimento nos deu a certeza de que sim, vale a pena juntar uma turma e realizar esse passeio “de Carro, pela Terra” por Nobres  – MT – Brasil.

PS: Daniel, agradecemos de coração a recepção e a aula sobre turismo sustentável de Nobres 🙏. E vamos trabalhar, em maio estaremos por aí!


Dica: Quer conhecer Nobres? Dá uma olhada nos atrativos, pousadas, agências e preços 👇👇👇

Tudo que você precisa saber para conhecer Nobres em Mato Grosso
A Vila Bom Jardim em Nobres (MT) é um desses vilarejos de interior que sedestaca pelas belezas naturais e águas cristalinas. Os visitantes podem apreciara vida aquática e se divertir com atividades de flutuação, bóia cross, tirolesae arborismo. Apesar de ser um vilarejo, existem boas opções de h…

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